domingo, 3 de fevereiro de 2008

Resta um

Dos cinco indicados ao Oscar 2008 de Melhor Filme, já posso opinar em quatro! O final de semana foi de plantão, papel crepom e sessões de cinema. No post de hoje, a comédia indie que entrou como azarão na premiação deste ano...

Juno
A premissa pode parecer banal: adolescente engravida de colega de aula e precisa decidir o que fazer com a criança. Uma história que se repete quase que diariamente em qualquer lugar do mundo, mas este longa revigora de maneira leve, mas muito bem escrita. O filme roteirizado por Diablo Cody acompanha a trajetória da personagem-título durante as quatro estações do ano, do início da gravidez ao pós-parto. E todas as situações, que poderiam ser mais alguns clichês nas telonas, tomam outra forma. Pra começar, Juno pode ser uma adolescente de 16 anos ingênua, mas longe de ser burra e imatura. Além de ser fantasticamente sarcástica. Assim que descobre estar grávida de Bleeker (amigo, colega de aula e de banda) após a primeira transa, ela não hesita em tomar a decisão de abortar a criança. Desejo que logo se transforma em "algo mais altruísta", como ela mesmo define: doar o bebê para um casal que não possa ter filhos. E recebe o apoio de todos.
Ao contrário da maioria das histórias já retratadas na telona, nas quais os personagens são açoitados pelos pais, amigos e namorados, Juno, interpretada magistralmente por Ellen Page ( indicada a Melhor Atriz e com uma carreira promissora pela frente), conta com a compreensão e ajuda do pai e da madrasta (respectivamente J.K. Simmons e Allison Janney - fantásticos), do pseudo-namorado (Michael Cera) e da melhor amiga (Olivia Thirlby). Elenco formidável, que também conta com ótimas atuações dos pais adotivos (Jennifer Garner e Jason Bateman).
Por sinal, após o tropeço de filmecos como Elektra, a eterna Alias demonstra uma das melhores atuações do filme. Sua Vanessa Loring, uma workaholic que sempre quis ter um filho e ainda poda o marido músico, poderia muito bem ser uma personagem odiada ou, quiçá, digna de pena. Mas Jennifer consegue ir além e mostra com certos olhares, gestos e timbre de voz que, apesar do jeito controlador, Vanessa apenas está estressada por estar prestes a realizar seu maior sonho. Pena que a Academia tenha esquecido disso nas indicações deste ano.
Juno é aclamada como a Pequena Miss Sunshine deste ano no Oscar. Pode não alcançar a originalidade do longa de Jonathan Dayton, mas assim como este, é um grande perfume dentro de um pequeno frasco.

Jennifer Garner, Jason Bateman e Ellen Page em cena de Juno

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, quer dizer que o senhor Bonez é mesmo um "cinéfilo de plantão"?! (hehehe). E (ainda) assim conseguiu assistir 4 dos 5 indicados ao Oscar. Em compensação a srta. aqui não viu nenhum. Mas pretendo ir a sessões de Juno e Onde os Fracos não têm Vez. Mudando de assunto, cê trocou seu Template, hã?! Agora somos dois "roxinhos" no mundo virtual, então?! Saudades, bjão!

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